Páginas

domingo, 18 de março de 2012

Curiosidade: a busca por conhecer o mundo

Curiosidade: a busca por conhecer o mundo
Débora Martins

A primeira ação de quem tem a curiosidade é a busca por conhecer o mundo. A criança, ainda muito pequena, já apresenta curiosidade em conhecer a vida fora da barriga da mãe: primeiro chora, suga, chora quando tem fome, percebe que tem mãozinha, pezinho, começa a sorrir, ergue o pescoço, vira, quer conhecer o mundo além do berço,andar, falar. Assim vai e a busca por conhecer o mundo parece não terminar nunca. Ainda bem!
Se um grupo de mães inicia uma conversa sobre as peripécias de seus filhos é possível perceber que cada uma quer contar a sua experiência e que cada criança seguiu um caminho diferente para conhecer o desconhecido, para buscar as novidades através da inquietude da curiosidade.
O que vive as crianças com suas mães e/ou famílias não requer conhecimento acadêmico-teórico. É inato. Tudo acontece e cada uma intervém como acredita ser o melhor.
Mas essa curiosidade que colabora para os conhecimentos prévios das crianças é bruscamente podada quando elas precisam adentrar os espaços de educação formal. É como se a descoberta do mundo não fizesse parte do aprendizado e essa criança, que busca o conhecer, deva deixar a sua capa no cabideiro na entrada da escola e retirá-la ao final do período de aula.
 As crianças de hoje não são as mesmas de 40 anos atrás (ainda bem) e como profissionais da educação precisamos entender, estudar, pesquisar e mudar nossos planejamentos de situações de aprendizagem para sala de aula. 
Todas as vezes que preciso retomar essa conversa vem a pergunta: Que criança queremos?
 Numa postura adultocêntrica (que nem sempre é uma decisão voluntária do professor), Weisz (2004) aponta que:
" Do lugar de quem já sabe, define o que é mais fácil e o que é mais díficil para os alunos e quais os caminhos que eles 
devem percorrer para realizar as aprendizagens desejadas.(p.19)
Quando a postura adultocêntrica não é uma decisão voluntária do professor, ainda segundo Weisz,é o ponto de vista que ele adota quando o conhecimento científico disponível no momento ainda não permite observar os saberes dos alunos.
Ora, se a questão de não considerar os saberes dos alunos é o conhecimento disponível no momento estamos próximos de solucionar o problema e propiciar uma educação prazerosa aos curiosos que buscam conhecer o mundo, já que muitas são as formações oferecidas aos professores.
Mas será que passamos pela formação e deixamos a formação passar por nós? 

Para estudar mais:
  •  APPLE, Michael W.Ideologia e Currículo. 3.ed. Porto Alegre:Artmed,2006.
  •  FELDMANN, Marina G.(Org).Formação de Professores e Escola na Contemporaneidade.São Paulo:Editora Senac,2009.
  • WEISZ, Telma;SANCHES,Ana. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem.São Paulo: Ática: 2004. Licença Creative Commons
    O trabalho Curiosidade: a busca por conhecer o mundo de Débora Martins foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição  3.0 Não Adaptada

2 comentários:

Obrigada por contribuir com esse espaço de informação.