Conheci a Débora de Camargo Dantas na formação de Professor de Apoio a Projetos Especiais (PAPE) em dezembro de 2010 no Projeto EntreMeios. Chamou-me a atenção seu envolvimento com a formação e mesmo com considerável conhecimento sobre os conteúdos abordados realizou as atividades propostas e buscou aprimorá-loa em trocas com os colegas.
Ontem li seu depoimento no blog do perfil do Entremeios contando sobre o processo da mostra cultural que aconteceu na escola. Gadotti no livro Boniteza de um sonho explica o que é a Débora: “uma professora que vive intensamente o seu tempo com consciência e sensibilidade.” (p.26) . E ainda “faz fluir o saber porque constrói sentido para a vida das pessoas”(…). Juntos (pape, alunos, professores) “buscam um mundo mais justo e mais saudável para todos”.
Vale lembrar que trabalho da PAPE acontece no Laboratório de Informática da escola.
Compartilho com todos com agradecimento especial a Débora que autorizou a publicação:
Mostra Cultural
Débora de Camargo Dantas
Sábado letivo em final de semestre com Mostra Cultural. Todo mundo clamando por recesso e o trabalho dobra, triplica. Todo ano ela acontece, todo ano antes dela fico me questionando se vale a pena, todo ano no final do processo há um largo sorriso de contentamento e uma sensação maravilhosa, não só de dever cumprido, mas de que valeu a pena.
Esse ano não foi diferente. Passar pelas exposições e ver tantas produções maravilhosas, lembrando de todo processo e do quanto as crianças aprenderam com ele é sentimento indescritível. Ainda mais esse semestre que vi as parcerias com o laboratório frutificarem.
Porém nesse post quero abordar um trabalho em específico. Não só porque a exposição dele se deu dentro do laboratório de informática, mas porque acompanhei de perto quase todo o processo e deposito muito fé nesse projeto que só começou.
Me animei desde o primeiro dia que ouvi as professoras dos segundos anos do ciclo II cogitando o trabalho com cinema. Sai em busca de toda informação possível a respeito do tema e possibilidades de trabalho. Sentamos juntas e elas compraram a idéia de não só estudar cinema, mas fazer cinema.
O primeiro semestre foi de sensibilização e pesquisa. "Vi" os alunos se encantarem com o primeiro filme exibido em uma sala comercial no mundo, se apaixonarem por Charlie Chaplin e Mazzaropi e aceitarem o desafio de produzirem uma linha do tempo do cinema com imagens. E quantas imagens!
Cada dupla pesquisou um ano, tanto do cinema no mundo quanto no Brasil. Cada um tinha um pedacinho de história nas mãos e se encantou enquanto uniam todas as figuras em uma longa linha cronológica.
Quando você ouve um aluno dizer, com largo sorriso no rosto, "Nossa, como ficou legal!" ao findar a montagem de um trabalho... todo cansaço e estresse se dissolvem.
Eu não pude deixar de refletir, olhando aquelas crianças organizando o material coletado no quando eu havia aprendido até alí, e me questionar no quanto devia ter ficado para eles. Eu sempre me faço essa pergunta, o quanto eles aprenderam com tudo? O quanto foi significativo para a vida deles.
Essas respostas eu obtenho muito pela fala das prôs, pelo que elas me contam. Afinal eu fico só 50 minutos por semana com esses alunos. Hoje pude ver o portfólio e apreciar o que eles têm feito em sala. Parceria é tudo.
Alguns deles, não satisfeitos com a pesquisa no LAB, pesquisaram mais por conta, em casa. Ninguém pediu, buscaram informações por vontade própria. Além de construirem câmaras escuras, também em casa.
O resultado foi melhor do que eu esperava.
Eu vou passar o recesso planejando o cronograma de trabalho do segundo semestre, quando eles produzirão curtametragens. Vou fazer com gosto, com o maior prazer do mundo. Simplesmente porque vale a pena.
*Débora de Carmargo Dantas é PAPE na EMEB Professor Ramiro Gonçalez Fernandes no Municipio de São Bernardo do Campo/SP e atuante no Ambiente do Projeto EntreMeios.
Fonte: DANTAS, Débora de Cargo. Mostra Cultural, EntreMeios, 02 julho 2011. Disponível em: <http://entremeios.futuro.usp.br/comm/pg/blog/oni_lua/read/32410/mostra-cultural >. Acesso em: 02/07/2011
"Educar é um ato de amor e para educar crianças é necessário, sobretudo, amá-las profundamente." Paulo Freire
ResponderExcluirE amá-las significa acreditar em seu potencial e incentivá-las a ser sempre mais, voar além.
Quando resolvi deixar a sala de aula tradicional para assumir outros espaços da escola, antes a biblioteca interativa e hoje o laboratório de informática, descobri que essa crença no potencial precisa se estender também a equipe que trabalha comigo e a comunidade que atendo. É impossível fazer educação sozinho. Nenhum bom projeto acontece isoladamente, sem parceria de todos.
Quando a Mostra Cultural acontece, você pode olhar só pro imenso trabalho que ela deu, ou perceber todo ganho que aconteceu durante o processo. Tudo depende do seu olhar. A maioria dos educadores anda tão descrente que tem deixado o véu da desolação impedir que vejam o fruto do seu trabalho.
Eu acredito na educação, acredito que ela tem o poder de mudar o mundo pra melhor. E que essa mudança começa no miudinho.
Débora, obrigada por todas as indicações, apoio e idéias que tenho tido de você desde dezembro, mas principalmente obrigada por acreditar na educação e trabalhar tanto em pró dela. As vezes a gente fraqueja e precisa da palavra do outro pra lembrar o quanto vale a pena.
Um grande abraço e a gente se vê no Entremeios.
Débora de Camargo Dantas
Débora,
ResponderExcluirVocê é a diferença na educação. É suas ações fortalecem o meu trabalho enquanto formadora. Aprendo muito com você acompanhando seus posts, dúvidas e comentários lá no EntreMeios.
Você literalmente passou pela escola e deixou a escola passar por você.
Beijos
Débora M.