Curiosidade: a busca por conhecer o mundo
Débora Martins
A primeira ação de quem tem a curiosidade é a busca por conhecer o mundo. A criança, ainda muito pequena, já apresenta curiosidade em conhecer a vida fora da barriga da mãe: primeiro chora, suga, chora quando tem fome, percebe que tem mãozinha, pezinho, começa a sorrir, ergue o pescoço, vira, quer conhecer o mundo além do berço,andar, falar. Assim vai e a busca por conhecer o mundo parece não terminar nunca. Ainda bem!
Se um grupo de mães inicia
uma conversa sobre as peripécias de seus filhos é possível perceber que cada
uma quer contar a sua experiência e que cada criança seguiu um caminho
diferente para conhecer o desconhecido, para buscar as novidades através da
inquietude da curiosidade.
O que vive as crianças com
suas mães e/ou famílias não requer conhecimento acadêmico-teórico. É inato.
Tudo acontece e cada uma intervém como acredita ser o melhor.
Mas essa curiosidade que
colabora para os conhecimentos prévios das crianças é bruscamente podada quando
elas precisam adentrar os espaços de educação formal. É como se a descoberta do
mundo não fizesse parte do aprendizado e essa criança, que busca o conhecer,
deva deixar a sua capa no cabideiro na entrada da escola e retirá-la ao final
do período de aula.
As crianças de hoje não são as mesmas de 40 anos atrás (ainda bem) e como profissionais da educação precisamos entender, estudar, pesquisar e mudar nossos planejamentos de situações de aprendizagem para sala de aula.
Todas as vezes que preciso retomar essa conversa vem a pergunta: Que criança queremos?
Numa postura adultocêntrica (que nem sempre é uma decisão voluntária do professor), Weisz (2004) aponta que:
" Do lugar de quem já sabe, define o que é mais fácil e o que é mais díficil para os alunos e quais os caminhos que eles
devem percorrer para realizar as aprendizagens desejadas.(p.19)
Quando a postura adultocêntrica não é uma decisão voluntária do professor, ainda segundo Weisz,é o ponto de vista que ele adota quando o conhecimento científico disponível no momento ainda não permite observar os saberes dos alunos.
Ora, se a questão de não considerar os saberes dos alunos é o conhecimento disponível no momento estamos próximos de solucionar o problema e propiciar uma educação prazerosa aos curiosos que buscam conhecer o mundo, já que muitas são as formações oferecidas aos professores.
Mas será que passamos pela formação e deixamos a formação passar por nós?
Para estudar mais:
- APPLE, Michael W.Ideologia e Currículo. 3.ed. Porto Alegre:Artmed,2006.
- FELDMANN, Marina G.(Org).Formação de Professores e Escola na Contemporaneidade.São Paulo:Editora Senac,2009.
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O trabalho Curiosidade: a busca por conhecer o mundo de Débora Martins foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 3.0 Não Adaptada
Um texto para refletir...bastante interessante!!
ResponderExcluirViviane, obrigada pela contribuição.
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