A Revista Nova Escola edição Gestão Escolar, publicou uma reportagem sobre corporativismo na escola. Vale a pena ler.
INCENTIVAR O CORPORATIVISMO
Questões pessoais não podem ser colocadas à frente do ensino
Daniela Almeida gestão@aleitor.com.br
Corporativismo é a doutrina que considera os agrupamentos profissionais uma estrutura fundamental da organização política, econômica e social. Ele preconiza a reunião das classes produtoras como corporações tuteladas pelo Estado. Na gíria popular, é a defesa dos interesses específicos de uma categoria funcional, o tal “espírito de corpo”.
Na escola, ele se traduz muitas vezes no acobertamento de atitudes não profissionais, como relevar o fato de um professor faltar muito. O problema é que essa defesa de interesses pessoais quase sempre está em dissonância com o principal objetivo da escola, que é ensinar.
“Existe no Brasil uma confusão entre o corporativismo, que é uma lógica protetora de classe, e a prática de obter privilégios e realizar ações abusivas”, afirma José Roberto Heloani, professor do Laboratório de Gestão Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas. “O corporativismo nas escolas é proporcional à não resolução do conflito, como o professor que não exige resultados da turma por não se sentir apoiado ou o coordenador que acoberta a falta de docentes usando os baixos salários como justificativa”.
Maria Leila Alves, professora de Políticas e Gestão Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo, município da Grande São Paulo, acha que essa é uma questão que remete à própria imagem que a escola tem hoje. “Ela é vista como uma fábrica de entregar diplomas. Isso ajuda a esvaziar o valor do conhecimento e os educadores, sentindo-se meros repetidores de conteúdos colocam questões pessoais acima do profissionalismo”.
Para combater práticas corporativistas, é preciso jogo de cintura. Cabe ao gestor apoiar atitudes corretas e não acobertar posturas antiprofissionais – além, obviamente, de manter uma conduta coerente com o discurso.
O problema são as faltas dos professores? É preciso mostrar as consequências disso, como a diminuição do tempo de aula e o exemplo de pouco caso com o ensino que eles estão transmitindo. Sem falar na falta de respeito para com os estudantes e os próprios colegas, que precisam se virar para cobrir as ausências.
Os docentes usam o horário de trabalho pedagógico coletivo para resolver problemas pessoais? Isso é sinal de que os momentos de formação não estão sendo valorizados e que está na hora de envolver a coordenação pedagógica na organização de um programa mais focado nas necessidades de aprendizagem dos alunos.
Portanto, trabalhar para evitar que na escola haja o corporativismo e as atitudes não profissionais que ele traz é um passo importante para valorizar a Educação, o conhecimento e o papel do educador.
Quer saber mais?
Contatos:
· José Roberto Heloani, jheloani@fgvsp.br
Maria Leila Alves, mleila@terra.com.br
Fonte: Ano 1 – Nº 4 -Revista Nova Escola —Gestão Escolar Outubro/Novembro 2009
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