Hoje fiz uma descoberta
Descobri o motivo de minha aversão a Coleção Vagalume. Aquela que boa parte dos alunos de minha faixa etária certamente leram: lia, respondia o questionário anexo e depois a “bomba”: A prova. A professora sempre queria saber o que estava escrito na página 56. Eu nunca sabia responder.
Vamos à descoberta...
Meus pais sempre compraram aquelas coleções dos vendedores que passavam nas casas. Não frequentávamos livrarias, porém, sempre estávamos na biblioteca do bairro.
Em casa, sempre folheava os livros e realizava pesquisas quando queria. São não podia rasgar. Lá em casa tinha também o bendito dicionário. Enorme. Pesado. Não aguentava carregá-lo.
Quando perguntava:
- Pai, como se escreve “casa”.
Ele respondia:
- Procura no dicionário.
Eu ficava louca da vida! Imagine a cena: eu, uma criança, procurando naquele enorme dicionário se “casa” era com “z” ou com “s”.
E não acabou. Lá da sala ele perguntava:
- Já acabou?
Se a resposta fosse afirmativa, ele dizia:
- Então traga aqui.
Bem, os livros lá de casa eram muito mais legais do que os da professora na escola. Hoje compreendo que, por falta de conhecimento, a professora não investiu da melhor maneira no trabalho com leitura, sendo assim, a culpa não é da Coleção Vagalume.
Lá em casa, mesmo tendo que procurar as palavras no dicionário, os livros eram tratados como fonte de pesquisa, como leitura por prazer... Meus pais mostraram que os livros eram fascinantes, propiciaram saberes, dúvidas, discussões. E a professora? A professora estava sempre no caminho inverso. A leitura era apenas para termos uma nota.
A professora da coleção Vagalume ainda amaldiçoou-me no final da antiga 4ª série. Disse a minha mãe:
- A dona Débora não passará da 5ª série, pois não gosta de ler.
Ledo engano professora. Estou muito além do que os seu olhos conseguiram ver.
Mas confesso: não tenho apresso pela coleção Vagalume.
Quanto aos meus pais?
Terão que suportar por muitos e muitos anos minhas inquietações, porque mesmo sem o conhecimento pedagógico, ensinaram-me que ler é tudo de bom.
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