PARA REFLETIR: QUE ADULTO QUERO FORMAR?
Não há uma vez que se comente sobre a educação de crianças e de adolescentes de nossa época que não seja lembrada a característica de comportamento deles de buscar satisfação imediata para suas vontades e anseios. Pois bem, é hora de tentar entender mais esse assunto. E nada melhor do que olhar também para a atitude dos educadores pais e professores antes de sair creditando aos filhos e alunos determinadas características.
De início, é bom lembrar que ninguém nasce sabendo esperar: as necessidades de um bebê, por exemplo, são imperativas. Ele sente o desconforto da fome? Ele chora, ele berra, não importa a hora e o local e muito menos ainda se a mãe está disponível ou não para alimentá-lo. Mas, pouco a pouco, a mãe vai dando um jeito de colocar uma rotina na vida do bebê, e ele vai se acostumando.
A criança vai crescendo e as vontades vão crescendo também junto com ela. E, sempre que ela precisa esperar para ser atendida ou quando ela não pode ser atendida, é um sofrimento só! A criança chora, faz birra e beicinho, dá até beijinho. Mas pode também gritar, espernear, morder, bater ou se jogar no chão. E assim começa a ladainha dos pais: “Não faça isso”, “não reaja assim”, “não peça isso”, “não suba aí”, “não pegue isso etc.”.
E como a criança responde? Fazendo o que acabou de ouvir que não deve, pegando o que não pode, indo aonde é perigoso, pedindo o que já sabe que não pode ter. Pura teimosia? Atração pelo proibido? Exigência de satisfação imediata?
Talvez um pouco de tudo isso, mas a criança insiste principalmente porque quer algo e porque, para aprender a conter suas vontades e impulsos, demora um pouco mais do que os pais gostariam.
E como reagem os pais com a repetição dos filhos? Com a mesma exigência da criança: a de que suas orientações sejam atendidas de imediato. Qual a mãe ou o pai que já não se pegou dizendo ao filho, de qualquer idade: “Quantas vezes eu já não disse que você não deve fazer tal coisa?”. Ou: “Esta é a última vez que vou dizer a mesma coisa para você?”, por exemplo? Pois, às vezes, a criança responde à altura. Quando interpelado pela mãe dessa maneira, um garoto saiu-se com uma bela resposta: “Você vai ter que me dizer isso 150 vezes!”.
Mesmo sem saber, o garoto estava dando uma bela lição para a mãe. Estava dizendo que educação é um processo que exige persistência, insistência e, principalmente, paciência. Para ensinar um filho ou um aluno a se auto regular, é preciso bater na mesma tecla diariamente, se preciso for.
Então, agora já podemos voltar ao começo de nossa conversa: o tal imediatismo dos filhos e dos alunos permanece e até cresce conforme diminui a paciência de pais e professores e também segue o anseio desses adultos por respostas imediatas a seus atos educativos.
Por isso é bom fazer uma distinção: informar e/ou comunicar não tem o mesmo significado que educar. Fazer uma comunicação e esperar ser atendido é algo que se pode esperar de adultos, não de crianças ou adolescentes. Afinal, conter um impulso imperativo exige maturidade.
Precisamos parar com essa história de dizer que nossos jovens não têm limites, que nossas crianças são imediatistas, que não sabem respeitar os pais, a escola etc. Afinal, quem educa (ou não) essas crianças e esses adolescentes? Eles não vêm ao mundo com todos os pré-requisitos necessários à vida em grupo. Essas características são fruto da educação.
Rosely Sayão
De início, é bom lembrar que ninguém nasce sabendo esperar: as necessidades de um bebê, por exemplo, são imperativas. Ele sente o desconforto da fome? Ele chora, ele berra, não importa a hora e o local e muito menos ainda se a mãe está disponível ou não para alimentá-lo. Mas, pouco a pouco, a mãe vai dando um jeito de colocar uma rotina na vida do bebê, e ele vai se acostumando.
A criança vai crescendo e as vontades vão crescendo também junto com ela. E, sempre que ela precisa esperar para ser atendida ou quando ela não pode ser atendida, é um sofrimento só! A criança chora, faz birra e beicinho, dá até beijinho. Mas pode também gritar, espernear, morder, bater ou se jogar no chão. E assim começa a ladainha dos pais: “Não faça isso”, “não reaja assim”, “não peça isso”, “não suba aí”, “não pegue isso etc.”.
E como a criança responde? Fazendo o que acabou de ouvir que não deve, pegando o que não pode, indo aonde é perigoso, pedindo o que já sabe que não pode ter. Pura teimosia? Atração pelo proibido? Exigência de satisfação imediata?
Talvez um pouco de tudo isso, mas a criança insiste principalmente porque quer algo e porque, para aprender a conter suas vontades e impulsos, demora um pouco mais do que os pais gostariam.
E como reagem os pais com a repetição dos filhos? Com a mesma exigência da criança: a de que suas orientações sejam atendidas de imediato. Qual a mãe ou o pai que já não se pegou dizendo ao filho, de qualquer idade: “Quantas vezes eu já não disse que você não deve fazer tal coisa?”. Ou: “Esta é a última vez que vou dizer a mesma coisa para você?”, por exemplo? Pois, às vezes, a criança responde à altura. Quando interpelado pela mãe dessa maneira, um garoto saiu-se com uma bela resposta: “Você vai ter que me dizer isso 150 vezes!”.
Mesmo sem saber, o garoto estava dando uma bela lição para a mãe. Estava dizendo que educação é um processo que exige persistência, insistência e, principalmente, paciência. Para ensinar um filho ou um aluno a se auto regular, é preciso bater na mesma tecla diariamente, se preciso for.
Então, agora já podemos voltar ao começo de nossa conversa: o tal imediatismo dos filhos e dos alunos permanece e até cresce conforme diminui a paciência de pais e professores e também segue o anseio desses adultos por respostas imediatas a seus atos educativos.
Por isso é bom fazer uma distinção: informar e/ou comunicar não tem o mesmo significado que educar. Fazer uma comunicação e esperar ser atendido é algo que se pode esperar de adultos, não de crianças ou adolescentes. Afinal, conter um impulso imperativo exige maturidade.
Precisamos parar com essa história de dizer que nossos jovens não têm limites, que nossas crianças são imediatistas, que não sabem respeitar os pais, a escola etc. Afinal, quem educa (ou não) essas crianças e esses adolescentes? Eles não vêm ao mundo com todos os pré-requisitos necessários à vida em grupo. Essas características são fruto da educação.
Rosely Sayão
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