quinta-feira, 7 de julho de 2011

Coerência: falar, fazer e escolher

 

Sempre penso que a coerência entre o que falamos e fazemos precisa existir mesmo que os interesses que surgem no percurso queiram indicar outro caminho.

De fato não é trabalho fácil, mas é preciso cuidar para que não torne-se impossível.  É preciso atenção! É preciso cuidado!

Hoje navegando pelas páginas da internet encontrei o texto de Moran que segue abaixo. Lembrei-me dos questionamentos internos que as vezes tomam conta de meu ser e de algumas reflexões pedagógicas que acontecem com frequências em minhas andanças na educação.


Causar impacto ou fazer escolhas coerentes?

José Manuel Moran

Na vida fazemos escolhas bobas e escolhas significativas. As mais importantes são as que nos levam ao que somos neste momento: que tipo de pessoa nos tornamos? Vivemos para os outros (o que conta é aparência, não a verdade) ou vivemos para nós mesmos? Somos pessoas coerentes ou incoerentes? Procuramos melhorar ou já desistimos? Em que áreas continuamos evoluindo e em quais já não o fazemos?

A tentação é muito grande de seguir a orientação externa, de olhar sempre para os demais para depois agir e, em doses excessivas, nos prejudica muito.  A desistência, também. A coerência é complicada, porque nos exige uma constante vigilância contra nossa vontade de enfeitar, de mentir, de esconder, de mascarar. E há mil justificativas para o fingimento. Em curto prazo, lucramos muito mais. Fingir é mais fácil que realizar. A longo prazo, a coerência interna, a aceitação de cada etapa, mesmo do que não conseguimos mudar, é fundamental para o nosso crescimento como pessoas e como profissionais. Demoramos muito mais do que os movidos por marketing, mas a construção costuma ser mais sólida.

Coerência não significa perfeição, domínio de tudo. Coerência significa olhar com tranqüilidade para tudo o que somos e fazemos e procurar não mascarar de nós mesmos o que enxergamos. Onde somos incapazes, o aceitamos e vamos procurando mudar na medida em que nos for possível, mas intimamente sabemos que temos áreas cinzentas de imobilidade e dificuldades.

Podemos escolher viver de aparências ou viver coerentemente. Ambas têm ganhos e perdas. Quem vive de aparências, costuma seduzir mais rapidamente os outros, achar os melhores espaços, ganhar visibilidade, porque a procura intensamente. A médio ou longo prazo, em geral, a construção apresenta furos e costuma fazer algum tipo de água nas pessoas mais perspicazes. A construção da coerência é mais trabalhosa, silenciosa e pouco glamorosa. Alguns querem aparecer, porque o aparecer é um valor e traz muitas vantagens. Outros preferem que o seu trabalho e contribuições falem por si mesmos, e não montam esquemas de marketing para visibilizar-se. Se você tem algo importante para contribuir socialmente,  muitos o perceberão, provavelmente num ritmo menor, mas com resultados mais consistentes.

Contribuiremos mais para a educação se mostrarmos coerência crescente entre o que pensamos, o que ensinamos e o que fazemos.


3 comentários:

  1. Nossa, perfeito seu post para o momento.
    Essa reflexão sobre coerência ando fazendo há vários anos, não somente sobre o trabalho, mas sobre a vida no geral. Há um abismo enorme entre aquilo que eu acredito, que falo, e aquilo que dou conta de fazer e ser. Diminuir esse abismo é meta de vida.
    Marketing é uma ferramenta perigosa, que infelizmente em alguns casos funciona muito bem.

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  2. Nossa, Débora, simplesmente perfeito. Obrigada pela indicação. Andei lendo algumas coisas que me fizeram balançar, pois é muito mais fácil seguir conforme a maré, repetir o que os outros defendem, se eximindo de qualquer reflexão. E de qualquer responsabilidade.
    Acredito em vários teóricos, mas não por que eles tem um "currículo" melhor do que o meu,por que seus termos estão na moda. Se opto por um ou outro, é por que os mesmos acrescentam algo. Ao incorporá-los em minha prática, vivencio um processo algumas vezes doloroso (abandonar ideias que acreditava fielmente) para dar lugar á outras... É como se estivesse abandonando uma parte de mim...
    Quando ideias e concepções são abaladas, a minha prática também se abala, nunca sai ilesa.
    A muito tempo que ela nunca mais ficou intacta. E isso me faz acreditar que estou no caminho certo.
    Bjs
    Ah, no blog do lab tem um campo para comentários. Na página inicial. Passa lá!

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  3. Débora e Viviane
    Encontrei o texto ontem quando voltei do Cenforpe. Lembrei muito de vocês.

    Tenho momentos interminaveis de reflexões,mas penso que é do bem. Só assim o risco de acomodação fica menor...
    Vou visitar o blog.
    Abraços,
    Débora M.

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Obrigada por contribuir com esse espaço de informação.

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